Hoje a Lei Maria da Penha completa oito anos de ação no Brasil. Infelizmente, os dados ainda apontam que a violência contra a mulher é um problema muito presente no Estado. Até o dia 5 de agosto, foram registrados 1.618 casos de violência na Delegacia da Mulher de Aracaju. Os casos mais comuns são ameaças, lesões corporais graves e crimes contra a honra.
Foto: Divulgação
Segundo a delegada Renata Aboim, os mandamentos da Lei Maria da Penha são extremamente importantes no combate à violência doméstica, no entanto, para haver de fato uma diminuição desse tipo de violência é necessária uma mudança comportamental da sociedade, que ainda é muito machista e patriarcal, que é o que fomenta a violência doméstica. “Em minha opinião, o que realmente fará diminuir a violência doméstica é a educação, é um trabalho feito a longo prazo no sentido de diminuir na sociedade as diferenças de gênero e as suas implicações”, pontua.
Mesmo com tantas campanhas de conscientização, o número de mulheres agredidas e mortas no Estado não diminui, ao contrário, ele cresce a cada dia. Na semana passada, uma mulher foi morta pelo marido a facadas no Bairro Cidade Nova. No ano passado, uma dona de casa de 29 anos foi morta a tiros pelo ex-marido, de 27 anos, quando voltava para casa com os três filhos na Avenida Matadouro, no Bairro Jardim Centenário, zona Norte de Aracaju.
Aboim acredita que medidas mais efetivas são necessárias para que a situação mude não só em Sergipe, mas no Brasil todo. “Os casos estão aumentando porque as mulheres estão se sentindo mais seguras em denunciar, estão vendo que a Justiça está realmente sendo efetiva e rígida na punição desses crimes. No entanto, ainda existem muitas brechas que precisam ser resolvidas e uma delas é o incentivo das mulheres a levarem a diante os processos abertos”, explica.
Para denunciar um crime de violência contra a mulher basta ligar para o número 180, a denúncia é anônima. “Deve-se ligar o mais rápido possível para o Ciosp 190 quando o fato estiver acontecendo ou quando acabou de ocorrer, a fim de que viabilize a prisão em flagrante. Caso não tenha sido possível prender o agressor em flagrante, a vítima deve se dirigir à delegacia de polícia o mais rápido possível para que todas as providências cabíveis sejam tomadas”, explica a delegada Renata Aboim.
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