terça-feira, 29 de julho de 2014

Só 25 mulheres são candidatas

Em Sergipe, segundo dados preliminares do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), dos 83 postulantes a uma vaga de deputado federal, somente 25 são mulheres.
Por: JornaldaCidade.Net
Mesmo representando mais da metade do eleitorado brasileiro e dos vários chamamentos públicos para que participem dos cenários de debates e de poder, as mulheres continuam se interessando pouco pela política partidária. “Na verdade, acredito que a política é algo que ainda assusta a mulher. É algo novo e isso gera uma certa resistência”, disse a presidente do PSDB-Mulher, Grace Franco, que está entre as pouco mais de 20% das sergipanas que se candidataram a uma vaga de deputada federal este ano.


Em Sergipe, segundo dados preliminares do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), dos 83 postulantes a uma vaga de deputado federal, somente 25 são mulheres. Entre elas, além de Grace, estão a sindicalista Vera Lúcia Pereira (PSTU), a vereadora Daniela Fortes (PR) e a professora Avilete Cruz (PCdoB). Na disputa por uma cadeira na Assembleia Legislativa estão pouco mais de 170 candidatos. Desse número, somente 58 são do sexo feminino.

Apesar da participação tímida, o número de mulheres candidatas, de acordo com o TSE, cresceu 46,5% em comparação com o pleito de 2010. “A Procuradoria Especial da Mulher do Senado, junto com o Tribunal Superior Eleitoral, fez uma boa campanha para que as mulheres se inserissem nesses espaços políticos, mas não houve o resultado esperado”, disse a senadora Maria do Carmo Alves (DEM), primeira mulher a ocupar uma cadeira no Senado e única, em Sergipe, a tentar renovar o mandato. “Essa paridade de gêneros é muito importante para o processo democrático”, enfatizou Maria.

No entanto, apesar de todos os avanços, um ranking divulgado no início do ano aponta que de 188 nações o Brasil é o 156º no que se refere à representação da mulher no Poder Legislativo. Os dados integram a cartilha “+ Mulher na Política: Mulher, Tome Partido”, produzida pela Procuradoria Especial da Mulher do Senado, em parceria com a Bancada Feminina da Câmara dos Deputados e a Procuradoria Especial da Mulher da Câmara.

Além disso, o número de mulheres eleitas nas últimas eleições gerais, em 2010, ainda é muito inferior ao de homens. Dos 513 membros eleitos para a Câmara dos Deputados, foram eleitas apenas 45 deputadas federais, o equivalente a 9% do total. Para o Senado, foram eleitas sete senadoras (13%), considerando-se as 54 cadeiras em disputa (dois terços) naquele pleito.

Em 1997, a Lei das Eleições (Lei n° 9.504/1997) passou a prever a reserva de vagas para a participação feminina nos cargos proporcionais – deputado federal, estadual e distrital e vereador. Em 2009, com a sanção da Lei n° 12.034 (a primeira minirreforma eleitoral), essa participação passou a ser obrigatória. O novo texto, que consta do parágrafo 3º do artigo 10 da Lei 9.504, estipula que sejam preenchidas (e não apenas reservadas) “as candidaturas com o mínimo de 30% e o máximo de 70% de cada sexo”. 

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