quarta-feira, 30 de julho de 2014

Denúncias: Ciclovias precisam de manutenção

Entre as queixas dos ciclistas estão a falta de estrutura, a ausência de sinalização e a iluminação do percurso.
Por: Redação JORNAL DA CIDADE
Foto: Jadilson Simões/ Equipe JC
Com cerca de 85 quilômetros de ciclovias construídas, Aracaju é uma das cidades do Nordeste a possuir uma das maiores malhas cicloviárias do Brasil, colocando a cidade dos papagaios e dos cajueiros entre as mais bem avaliadas do país, ao lado de Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba, Vitória e Fortaleza. Mas mesmo assim, os problemas enfrentados diariamente pelos ciclistas que utilizam as vias para se locomover na capital são enormes. Entre as ciclovias mais complicadas para pedalar estão os trechos que ligam o Conjunto Orlando Dantas ao Terminal do DIA e o que vai do Departamento Estadual de Trânsito de Sergipe (Detran), até o Mergulhão da Tancredo Neves. 

Entre as principais queixas dos ciclistas estão a falta de estrutura das ciclovias, a ausência de sinalização (vertical e horizontal) e a iluminação do percurso. Para o membro da ONG Aracaju Pedal Livre, Eduardo Cruz, a manutenção da via do Orlando Dantas até o DIA tem deixado muito a desejar. “A partir da altura da rótula do Supermercado Todo Dia a via está em obras e elas afetaram a ciclovia, que hoje possui vários buracos e desníveis, colocando em risco a segurança dos ciclistas, que várias vezes precisam desviar desses buracos e acabam se chocando com outros ciclistas ou pedestres. Isso sem contar com os galhos das árvores que estão atrapalhando o fluxo no local”, relata. 

Ainda de acordo com o ciclista, que há cinco anos fez da bicicleta seu principal meio de transporte, vários acessos de ligação estão destruídos no local, especialmente aqueles onde há também o retorno para veículos. “Como não há sinalização adequada, os carros ficam bem em cima da ciclovia, impedindo a passagem das bicicletas. Mas, pior que isso são as entradas que os carros fazem nesses locais, pois não têm a orientação de que há fluxo de bicicletas nos dois sentidos. Já soube de vários acidentes, ou quase, que aconteceram nesses locais, que se tornaram um risco à vida dos ciclistas da capital”, lamenta Eduardo. 

A iluminação do local é outro ponto precário. As principais queixas daqueles que precisam passar de bicicleta pelo local à noite são ligadas ao trecho mal iluminado e pouco seguro, uma vez que não existe um policiamento ostensivo no local. “Se há um posto de monitoramento da Guarda Municipal no Terminal do DIA, colocar dois guardas de bicicleta monitorando a via não seria um grande sacrifício. O horário mais crítico para quem passa pelo trecho que liga o Orlando Dantas ao terminal é à noite, porque sem iluminação adequada as chances de colisão entre ciclistas, pedestres e motoristas dobra, sem contar com a ação dos meliantes que podem nos render”, complementa Waldson Costa, da ONG Ciclo Urbano. 

Para o ciclista, o que falta em ambos os trechos é manutenção e principalmente planejamento, no caso das proximidades do Mergulhão. “Todas as duas vias são mal sinalizadas, tanto vertical quanto horizontalmente. A ciclovia recentemente foi recapeada com asfalto em alguns pontos, mas isso não é o ideal. No Orlando Dantas falta sinalização nos retornos e no Mergulhão a necessidade é no final da ciclovia, pois sem aviso prévio o ciclista já é colocado no meio do trânsito e para continuar o percurso em segurança precisa atravessar a avenida, uma tarefa nada fácil em horários de pico. Não há faixa de pedestres no local, nem semáforo. Já cheguei a passar cerca de seis minutos para poder atravessar”, lembra Waldson. 

Para o jornalista Arthuro Paganini, que há 14 anos escolheu a bicicleta como meio de transporte, é preciso uma atenção maior da prefeitura para garantir a segurança e a fluidez na malha cicloviária da capital. “Temos uma extensão muito boa de ciclovias, onde conseguimos nos movimentar muito bem dentro da capital, mas só isso não é suficiente. É necessário manutenção para que os ciclistas possam circular com segurança por elas. Muitos têm usado rotas alternativas fora das ciclovias, o que sempre causa pequenos acidentes. Nas proximidades do Mergulhão eu já precisei esperar cerca de dez minutos para atravessar, porque os motoristas não nos dão a preferência. Acredito que falta também um pouco mais de educação no trânsito”, explica. 

A equipe do JORNAL DA CIDADE entrou em contato com a Assessoria de Comunicação da Prefeitura de Aracaju para buscar informações quanto às ciclovias citadas, mas até o final desta edição não obteve resposta.

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