Para Valadares, as manifestações contrárias de Barreto à sua decisão têm a ver com as eleições dos próximos anos.
Por: JornaldaCidade.Net
“Ainda está por nascer alguém que me faça recuar diante de uma decisão legítima e consciente, tomada democraticamente pelo PSB nacional”. A declaração é do senador Antônio Carlos Valadares (PSB), ao rechaçar a pecha de que tem agido com dubiedade ao decidir, no segundo turno, apoiar e votar no candidato do PSDB à Presidência da República Aécio Neves, que disputará o comando do país com a atual presidente, Dilma Rousseff (PT).
Na sua avaliação, as críticas que lhe vêm sendo feitas, inclusive pelo governador Jackson Barreto (PMDB), a quem ajudou a reeleger, em 5 de outubro passado, “são covardes e inverídicas”. O senador disse que não aceita que lhe coloquem na condição de traidor. “Não aceito essa pecha”, avisou, depois de ouvir Barreto dizer que não aceitava as “dubiedades” do seu partido.
Para Valadares, as manifestações contrárias de Barreto à sua decisão têm a ver com as eleições dos próximos anos. “As minhas premonições me avisam: apenas estão inventando pretexto pra 2016 e 2018. Quem viver, verá”, insinuou o senador, em postagens nas redes sociais, adiantando que não firmou compromissos para o segundo turno do pleito.
“É preciso que respeitem o PSB, que sempre teve uma conduta ética, decente e leal com os seus aliados em várias eleições jamais fugindo da luta”, alertou o senador, que no primeiro turno, nacionalmente, votou na candidata Marina Sula, indicada pelo PSB e em Sergipe esteve na coligação encabeçada por Jackson Barreto.
Agradando ao poder
No seu entender, a decisão do PSB nacional não compromete a honra “nem o nosso passado face à realidade do Brasil de hoje”. Para ele, insinuar que apoiar Aécio Neves é ficar do lado do agrupamento comandado pelos irmãos Eduardo e Edivan Amorim, que fazem oposição verticalizada, “é querer agradar ao poder e anular o meu papel na vitória de Jackson Barreto”.
Pelo Twitter, ontem pela manhã, Valadares disse que recebeu muitas ligações de lideranças e amigos que se solidarizaram com a sua decisão de apoiar o candidato tucano. “Esses amigos não entendem o porquê dessa campanha orquestrada para me desqualificar e desconstruir minha vida política, movida por aliados”, disse, acrescentando que “se eu nem o PSB assumimos compromissos para o segundo turnopor que essa pressão descabida, se o apoio a Aécio sequer vai definir a eleição no Brasil?”.
Ele voltou a ratificar a sua suspeita de que as críticas que estão lhe sendo direcionadas estão ligadas aos processos eleitorais de 2016 e 2018. Valadares questionou, ainda, os motivos de tanta preocupação. Oportunismo pra agradar ao poder? Inocular-me o medo? Haja o que houver não me intimidarão”.
Em outra mensagem, pelo seu perfil no Twitter, sem citar nomes, o senador socialista disse que “tem gente que faz política em Sergipe como se adversário, fosse inimigo”. Na mesma postagem ele ressaltou que o senador Eduardo Amorim (de quem é adversário político) “é um cidadão, um pai de família, sempre teve o meu respeito e terá. Não é meu inimigo”. Apesar da ressalva, ele fez questão de destacar que não, neste segundo turno, assim como no primeiro, não subirá no palanque que os Amorim estiverem, mesmo apoiando um mesmo projeto.
Visivelmente irritado com a postura de alguns aliados, o senador lembrou que fez “sacrifícios” no primeiro turno, ficando isolado dentro do próprio partido, para poder apoiar a reeleição de Jackson Barreto e a candidatura a senador do deputado federal Rogério Carvalho (PT). Em postagens nas redes sociais, ele afirmou que continua apoiando a aliança e que sempre foi um homem correto com os aliados. “Estou apoiando JB, só saio se ele não quiser meu apoio, mas não sou obrigado a apoiar Dilma só porque Jackson Barreto se elegeu governador”.
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