Denúncia de campanha leva MPF ao Pró-Mulher

FILAS DE MULHERES AGUARDANDO ATENDIMENTO NO PRÓ-MULHER EM ESCOLA DO BUGIO: MPF ACOMPANHOU AÇÃO CONTRA USO EM CAMPANHA

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Publicada em 14/09/2014 às 00:39:00

Gabriel Damásio

Uma equipe de fiscais do Ministério Público Federal em Sergipe (MPF/SE) foi deslocada neste sábado para acompanhar a realização de um mutirão do programa "Pró-Mulher, Pró-Família", que foi realizado na Escola Municipal Manoel Bomfim, no conjunto Bugio (zona oeste de Aracaju). O evento, promovido pela Prefeitura de Aracaju, foi alvo de uma representação encaminhada ao procurador regional eleitoral, Rômulo Almeida, na qual foram levantadas suspeitas de uso eleitoral do programa.

O "Pró-Mulher" é fortemente ligado à primeira-dama e senadora Maria do Carmo Alves (DEM), que é candidata à reeleição e lidera as pesquisas de intenções de voto. Durante a manhã de ontem, circularam informações de que Maria estaria presente no evento e que pessoas ligadas a ela estariam distribuindo panfletos e pedindo votos. Outras afirmavam que o mutirão teria sido suspenso. No entanto, nada foi confirmado.

O JORNAL DO DIA esteve na Escola Manoel Bomfim e constatou que não havia nenhuma manifestação de campanha dentro do evento, nem a presença de políticos, apesar de alguns carros de som de candidatos a deputado estadual passarem rapidamente pelo lado de fora da escola. A reportagem apurou que a candidata não estava em Aracaju na manhã de sábado, mas sim fazendo uma carreata que saiu da zona norte da capital e percorreu todas as cidades do Vale do Cotinguiba e do Litoral Norte, como Laranjeiras, Maruim, Riachuelo e Pirambu.

A PMA informou que Maria do Carmo não compareceu ao "Pró-Mulher" do Bugio e nem programou qualquer participação nele. Já o prefeito João Alves Filho (DEM) passou o dia acompanhando a carreata da esposa e só foi à escola no final da tarde, sozinho. Na abertura do mutirão, às 8h, João foi representado pelo vice-prefeito José Carlos Machado (PSDB).

Por meio da assessoria, o MPF/SE confirmou que o procurador Rômulo Almeida recebeu uma representação que comunicava a realização do "Pró-Mulher" e pedia seu acompanhamento, mas nenhum pedido para que o evento fosse suspenso. Disse também que o envio dos fiscais do órgão ao local faz parte de um procedimento de rotina, no qual os servidores acompanham toda e qualquer realização de comícios, carreatas, passeatas e inaugurações, entre outros eventos eleitorais. Ainda segundo o MPF, a presença dos fiscais é para detectar qualquer irregularidade ou infração à Lei Eleitoral, o que, no caso do "Pró-Mulher", não aconteceu até o fechamento desta edição.

O programa da PMA, uma parceria das secretarias municipais de Saúde (SMS) e Assistência Social (Semfas), consiste na feitura de exames de saúde, com foco principal no público feminino, acrescidas de palestras de esclarecimento. Os serviços vão desde os exames preventivos até a verificação da pressão arterial e consultas oftalmológicas. O Bugio foi o segundo bairro a ser visitado pelo programa, desde a sua retomada - o primeiro, há seis meses, foi o Soledade (zona norte). A meta fixada é fazer até 500 atendimentos  no mutirão.