sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

Lucimara chora na tribuna da Câmara

Os pedidos da parlamentar recorriam das três advertências que ela recebeu por causa do episódio no qual ela ergueu uma calcinha em plenário.
Por: Valter Lima/ DA EQUIPE JC
Foto: Divulgação
A vereadora Lucimara Passos (PCdoB) se emocionou ontem, no plenário da Câmara, ao ver dois requerimentos de sua autoria serem derrubados. Ela chorou em plenário. Os pedidos da parlamentar recorriam das três advertências que ela recebeu por causa do episódio no qual ela ergueu uma calcinha em plenário, em protesto contra a violência contra a mulher. 
Em discurso, Lucimara cobrou coerência dos seus colegas de parlamento, que embora tenham se declarado solidários a ela votaram favoráveis à manutenção das penalidades. Na apreciação dos requerimentos, 12 vereadores votaram contra o pedido da parlamentar. Somente a oposição (ela e mais quatro vereadores) se manteve ao lado dela.
Lucimara recebeu três advertências do presidente da Câmara, Vinicius Porto (DEM) – uma verbal, uma verbal em plenário e uma por escrito em plenário. Ela recorreu de todas. Diante da negativa dos vereadores em rever a decisão de Porto, ela prometeu recorrer da decisão em outras instâncias, indo até a Justiça comum. A parlamentar se disse “injustiçada”, pois avaliou que não feriu o regimento da Casa nem quebrou o decoro.
“Não teríamos chegado ao ponto que chegamos se a Mesa Diretora não tivesse relevado os atos anteriores ocorridos neste plenário. Mas contra mim as medidas foram mais duras. Não cometi excessos que mereciam advertência. O presidente da Casa sequer diz em que me excedi”, ressaltou ela. 
Os vereadores de oposição Lucas Aribé (PSB), Iran Barbosa (PT) e Emerson Ferreira (PT) defenderam Lucimara. “Aqui se age com dois pesos e duas medidas”, disse Aribé. “Só houve uma decisão porque envolvia um vereador da oposição”, retrucou Emerson. 
Já vereadores da bancada governista disseram que entendiam a posição da vereadora, mas reafirmaram apoio ao presidente da Câmara, por entenderem que era preciso que a Mesa Diretora se posicionasse contra o episódio. Assim discursaram Jailton Santana (PSC), Adelson Barreto Filho (PSL), Manoel Marcos (DEM) e Daniela Fortes (PR). Ao retomar a palavra, Lucimara sugeriu que os colegas estavam agindo com hipocrisia.
Ela, inclusive, disse que Manoel Marcos a “traiu”. “O senhor disse que iria me tratar como sua própria filha, mas o senhor me traiu”, afirmou ela. Em resposta, o demista disse que Lucimara precisa ter “uma postura mais amena”. O presidente da Câmara também afirmou que a advertência não tinha viés pessoal. 

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