Publicada em 13/03/2014 às 00:50:00
Gabriel Damásio
Um policial militar lotado na Companhia de Radiopatrulha (CPRp) é acusado de provocar a morte do estudante David Felipe Mota Santos, 17 anos, que foi baleado depois de passar por uma blitz da companhia na Rua 18 do Loteamento Parque dos Faróis, em Nossa Senhora do Socorro (Grande Aracaju). O episódio aconteceu ao meio-dia de ontem, em um trecho próximo a uma sede da Igreja Universal do Reino de Deus. Segundo informações, David estava na garupa de uma motoneta azul que passou pelos policiais e cujo condutor não obedeceu a uma ordem de parada. O policial teria dado um tiro de advertência que, no entanto, acertou a cabeça do rapaz. Ele chegou a ser socorrido, mas morreu enquanto era levado ao Hospital Regional José Franco.
Um policial militar lotado na Companhia de Radiopatrulha (CPRp) é acusado de provocar a morte do estudante David Felipe Mota Santos, 17 anos, que foi baleado depois de passar por uma blitz da companhia na Rua 18 do Loteamento Parque dos Faróis, em Nossa Senhora do Socorro (Grande Aracaju). O episódio aconteceu ao meio-dia de ontem, em um trecho próximo a uma sede da Igreja Universal do Reino de Deus. Segundo informações, David estava na garupa de uma motoneta azul que passou pelos policiais e cujo condutor não obedeceu a uma ordem de parada. O policial teria dado um tiro de advertência que, no entanto, acertou a cabeça do rapaz. Ele chegou a ser socorrido, mas morreu enquanto era levado ao Hospital Regional José Franco.
O incidente provocou grande revolta entre os moradores do Parque dos Faróis, que fizeram vários protestos ao longo do dia. Por várias vezes, eles bloquearam as ruas com barricadas e acusaram os policiais de assassinato, com gritos de ordem e até ofensas. Um grupo mais exaltado tentou colocar fogo em um carro da Polícia Militar e atirou pedras contra um ônibus do transporte coletivo. A segurança precisou ser reforçada por várias unidades da corporação - incluindo o Batalhão de Polícia de Choque (BPChq) - e, em alguns momentos, quase houve confronto. Por volta das 19h30, a principal via de acesso ao bairro foi novamente bloqueada pelos manifestantes que aguardavam a chegada do corpo do estudante.
Os parentes de David criticaram duramente a abordagem da PM e asseguram que o rapaz baleado não tinha qualquer envolvimento com o crime. "Meu filho não é ladrão, não é traficante, gente! O meu filho, todos os meus filhos, têm de tudo. A população toda sabe", gritava a mãe do rapaz, Vanuza Mota. Já o pai dele, Djalma Lima Santos, que é cabo da PM e estava trabalhando na companhia de Nossa Senhora da Glória (Sertão), chegou a admitir que o filho estaria andando com más companhias, mas classificou a ação dos colegas como "um desastre". "Eu sou policial e se eu for abordar um cidadão, não vou fazer isso dando um tiro na cabeça dele. Acredito que a ação foi desastrosa por parte desse policial", desabafou.
Há ainda uma acusação mais grave: de acordo com um tio de David, os policiais da equipe da CPRp teriam colocado uma arma ao lado do corpo para simular a existência de um confronto entre a vítima e os PMs. "Eu também acredito nessa hipótese, porque o David nunca portou armas. Mesmo sendo eu policial, ele nunca foi de pegar em armas. É tanto que, quando esse tio chegou próximo ao corpo do meu filho, ele ouviu quando policiais perguntando pela arma e dizendo que iriam colocar ela junto ao corpo. E esse tio falou: 'Aqui ninguém vai colocar arma junto ao corpo!'. Era uma situação para justificar um suposto confronto com a polícia, um fato que não houve", endossou o cabo Djalma, em entrevista à rádio Ilha FM.
Após o episódio, os policiais da CPRp foram levados por outras equipes até a 7ª Delegacia Metropolitana (5ª DM), no conjunto Jardim, onde prestaram os primeiros depoimentos. A arma citada, um revólver calibre 38, foi apresentada pela equipe envolvida na ocorrência, mas testemunhas reafirmam que não viram nenhuma arma ou munição com David. O inquérito do caso foi transferido ao final da tarde para o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), que vai investigar o caso.
Versão da PM - O chefe de relações-públicas da PM, tenente-coronel Paulo César Paiva, lamentou o episódio, mas alegou que o policial da CPRp agiu "em legítima defesa" e reafirmou que um dos ocupantes da motoneta estava armado com o revólver. Segundo ele, a equipe fazia um patrulhamento de rotina para diminuir os assaltos com duplas de motoqueiros que acontecem com frequência no Parque dos Faróis. De acordo com o oficial, a orientação é fazer abordagens preventivas a duplas que estejam de moto.
"A viatura foi posicionada na rua e a motoneta estava em movimento. No momento em que os policiais deram voz de parada para iniciar a abordagem, o condutor do ciclomotor acelerou para se evadir do local. Nesse ínterim, o carona tentou sacar uma arma para disparar contra a guarnição. Ele não chegou a fazer nenhum disparo, mas isso motivou o único disparo feito pela guarnição e lamentavelmente atingiu esse rapaz. E mesmo assim, o condutor da moto continuou acelerando e conseguiu fugir", disse Paiva, frisando que os policiais não o perseguiram e ficaram para dar socorro a David.
Versão da PM - O chefe de relações-públicas da PM, tenente-coronel Paulo César Paiva, lamentou o episódio, mas alegou que o policial da CPRp agiu "em legítima defesa" e reafirmou que um dos ocupantes da motoneta estava armado com o revólver. Segundo ele, a equipe fazia um patrulhamento de rotina para diminuir os assaltos com duplas de motoqueiros que acontecem com frequência no Parque dos Faróis. De acordo com o oficial, a orientação é fazer abordagens preventivas a duplas que estejam de moto.
"A viatura foi posicionada na rua e a motoneta estava em movimento. No momento em que os policiais deram voz de parada para iniciar a abordagem, o condutor do ciclomotor acelerou para se evadir do local. Nesse ínterim, o carona tentou sacar uma arma para disparar contra a guarnição. Ele não chegou a fazer nenhum disparo, mas isso motivou o único disparo feito pela guarnição e lamentavelmente atingiu esse rapaz. E mesmo assim, o condutor da moto continuou acelerando e conseguiu fugir", disse Paiva, frisando que os policiais não o perseguiram e ficaram para dar socorro a David.
Ainda conforme o porta-voz, a suspeita da PM é de que o rapaz que dirigia a moto seria um adolescente conhecido como 'Leozinho', que seria foragido do Centro de Atendimento ao Menor (Cenam) e ligado a traficantes de drogas da região do Parque dos Faróis. Questionado, o pai do estudante morto reafirmou que ele não tinha envolvimento com crimes, mas admitiu que ele poderia estar andando com más companhias, o que também será investigado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário