É o que diz o deputado federal Mendonça Prado.
Por: Max Augusto/ Equipe JC

Foto: Arquivo JC
Nesta entrevista ao JORNAL DA CIDADE, o deputado federal Mendonça Prado (DEM) foi direto, falando em alto e bom som o que se comenta muito à boca-miúda: vai defender a união do prefeito de Aracaju, João Alves Filho (DEM), com o governador Jackson Barreto (PMDB) – caso o primeiro não se apresente para disputar o governo do Estado. Mendonça diz que os aliados não estão pressionando João para apresentar uma candidatura e ressalta que essa decisão será pessoal, de João. Mendonça admite que tem conversado com Jackson e avalia que a candidatura de Eduardo Amorim (PSC) é um desastre para Sergipe, pois Eduardo se apresenta como candidato há mais de três anos e não apresentou um projeto, uma ideia razoável para Sergipe.
Leia mais na entrevista abaixo.
JORNAL DA CIDADE - O DEM continua defendendo a candidatura de João Alves Filho (DEM) ao Governo do Estado?
Mendonça Prado - João Alves é, indiscutivelmente, o melhor administrador público de Sergipe. Nós que compomos o Democratas não pressionamos o nosso líder para se candidatar ou deixar de fazê-lo, pois entendemos que ele deve dialogar com os demais partidos e decidir sobre o futuro da nossa sigla em Sergipe. O fato de João Alves estar no exercício do cargo de prefeito faz com que a decisão ganhe um cunho pessoal. Ninguém pode forçá-lo a ser candidato ou a se manter na prefeitura. Essa deliberação sobre desincompatibilização ou não é algo de fórum íntimo, que só ele deve avaliar sem que haja qualquer tipo de pressão dos seus aliados.
JC - Quando João anuncia se será candidato ou não, ao Governo do Estado? Ele tem discutido isso com correligionários e aliados? Como estão estas conversas?
MP - A resposta será dada no prazo estabelecido pela lei. Se a memória não estiver falhando, será no dia 4 de abril.
JC - A senadora Maria do Carmo defende a candidatura de João Alves ao governo do Estado? Como a família de João avalia essa possibilidade?
MP - Prefiro não responder como familiar, até porque sou apenas genro de João Alves e acho que não tenho autoridade para falar em nome dos filhos e da esposa. Aprendi na minha vida a ser disciplinado.
JC - Falando em Maria do Carmo, a senadora será candidata à reeleição? Ela tem conversado isso com o partido, com aliados e com a família?
MP - Esse assunto ainda não está na pauta e só será discutido no período das convenções partidárias. A senadora é a primeira colocada com ampla maioria em todas as pesquisas e tem uma forte influência junto ao eleitorado quando seu nome está relacionado ao apoio a candidatos ao Executivo. Portanto, dona Maria será uma das pessoas mais importantes nas eleições de 2014.
JC - Existe hoje uma aproximação política do senhor e setores do DEM com o PMDB? Há uma simpatia do senhor à candidatura de Jackson Barreto à reeleição?
MP - Sim. Estamos conversando com governador Jackson Barreto. Ele é o governador do Estado e o nosso partido administra a capital sergipana através do prefeito João Alves Filho. Acho que precisamos compatibilizar os projetos administrativos do governo estadual com os da Prefeitura de Aracaju para beneficiar a população. A sociedade exige gestões eficientes, que correspondam às expectativas de todos. Os sergipanos querem trabalho, incremento socioeconômico, elevação dos índices de desenvolvimento humano. Não podemos ficar no debate infrutífero. Estamos na era do conhecimento e os governantes precisam compreender que há muito por fazer. Ninguém quer saber de veneração aos nomes, as pessoas querem ações que melhorem a educação, a segurança, a saúde, enfim, o povo quer que a classe política aja com seriedade para fazer jus à elevada carga tributária que recai sobre os ombros das pessoas físicas e jurídicas.Ninguém aguenta mais pagar impostos caríssimos para ver políticos proferindo discursos. Os cidadãos demandam trabalho, serviços e obras que melhorem a vida de todos. Assim, se João não for candidato, eu vou trabalhar para que ele e Jackson se unam com base em projetos administrativos comuns, que resultem em benefícios para o povo. Isso poderá, indubitavelmente, significar apoio à candidatura de Jackson Barreto numa composição conosco.
JC - João Alves pode apoiar a candidatura de Eduardo Amorim ao governo do Estado? Existe essa possibilidade?
MP - Eu não tenho autoridade para falar em nome de João Alves. Mas, pessoalmente, entendo que essa candidatura é um desastre. Não indica nenhuma perspectiva boa para o futuro de Sergipe. Esse senhor se apresenta como candidato há praticamente três anos e meio e até hoje nunca apresentou uma ideia razoável para melhorar Sergipe. Governar um Estado é uma missão de alta responsabilidade e não apenas uma aventura para satisfazer apostadores.
JC - Porque o senhor acha que o DEM não deve apoiar uma candidatura do PSC? Há diferenças no projeto que o DEM e o PSC pensam para o Estado?
MP - Não é questão de diferença, é que esse grupo liderado pelo PSC não tem nenhum projeto para Sergipe. O nosso Estado não pode servir de laboratório para invencionices ou como espaço reservado aos aventureiros.
JC - O senador Valadares tem conversado com João Alves e com o DEM? João pode apoiar uma candidatura de Valadares ao governo, ou vice-versa?
MP - Eu não respondo por João Alves. Mas acho que nesse momento está todo mundo conversando com todo mundo. Talvez, como no dizer de Lulu Santos, eu seja o último romântico e acho que o meu pensamento e as minhas posições políticas devem ser compartilhadas com a sociedade.